quarta-feira, 18 de março de 2009

Escritórios do Reino Unido já demitiram 2.700 advogados

Escritórios do Reino Unido já demitiram 2.700 advogados
Andrew Taylor, Financial Times, de Londres
17/03/2009




A extensão com que a recessão econômica espalhou seus tentáculos a quase todas as áreas do mercado de trabalho foi graficamente ilustrada por planos do governo de gastar 40 milhões de libras esterlinas para ajudar profissionais e executivos dispensados a encontrar trabalho. O plano anunciado na semana passada por James Purnell, secretário da Previdência e do Trabalho do Reino Unido, ajudará até 350 mil pessoas sem experiência recente com procura de trabalho, oferecendo-lhes uma ajuda especial nas centrais de emprego. Entre eles poderão ser vistos alguns poucos advogados e funcionários de áreas jurídicas da City londrina - o centro financeiro de Londres - que passaram a sofrer na recessão. Cerca de 2.727 advogados e funcionários de departamentos jurídicos perderam os seus postos de trabalho ou estão mantendo consultas de desligamento nas 200 maiores bancas do Reino Unido, de acordo com uma avaliação abrangente que está sendo realizada pela revista setorial "The Lawyer".

Os números podem ser baixos na comparação com as reduções de pessoal ocorridas em bancos de investimento, mas, mesmo assim, são desoladores, especialmente para o chamado "magic circle" (círculo mágico) das firmas de advocacia de elite, acostumadas com lucros recordes e altos salários. Os que correm maior risco são advogados associados iniciantes e do corpo jurídico administrativo, contratados durante os tempos de expansão para ajudar a lidar com uma crescente carga de trabalho alimentada por uma expansão nos bancos de investimento, que desde então comprovou ter sido construída sobre areia. Mas os sócios também podem ser vulneráveis aos efeitos mais amplos da recessão.

A edição do início de março da "The Lawyer" informa que o escritório Allen & Overy, um dos integrantes do "magic circle", "deverá reduzir drasticamente sua principal equipe de finanças alavancada, após uma escassez no setor de aquisições ter levado os mercados alavancados a seu mais baixo nível histórico". Entre as vítimas potenciais, de acordo com a revista, estavam cinco sócios. Até recentemente, as finanças alavancadas representaram uma força motriz na área bancária do Allen & Overy, diz a revista. A banca anunciou recentemente seus planos para congelar as taxas cobradas dos clientes e de reduzir em quase 10% o número de seu pessoal de suporte ao redor do mundo, os advogados assalariados e o número de sócios que detêm e administram o negócio. A Allen & Overy informou que estava promovendo os cortes "com pesar", acrescentando que a perda de 450 postos de trabalho aconteceria em Londres. Wim Dejonghe, sócio gerente global, disse: "No ambiente de mudança veloz em que atuamos, a realidade é que simplesmente não há trabalho suficiente para manter nosso pessoal suficientemente ocupado e não vemos esse quadro se alterando no curto a médio prazo". As propostas ocorrem na esteira de programas de restruturação semelhantes, anunciados pelas bancas Clifford Chance, Linklaters e Freshfields Bruckhaus Deringer, também membros do "magic circle".

O crescimento na atuação jurídica proveniente dos mercados financeiros e de dívida sempre esteve sujeito a cortes de pessoal quando estes se movessem na direção contrária. A gravidade da retração, porém, indica que a demanda deverá se manter bem abaixo dos níveis anteriores, mesmo quando os mercados se recuperarem. O que impressiona mais dos que as dispensas, dizem advogados sêniores, é o crescente consenso de que a prática jurídica - que nos 100 anos passados foi um dos modelos financeiros mais estáveis da City - não voltaria jamais a ser o que foi. "Podemos estar enfrentando uma verdadeira mudança de paradigma", diz Ted Burke, executivo-chefe da Freshfields Bruckhaus Deringer ao "Financial Times" no mês passado.

Depois de terem contratado uma legião crescente de advogados iniciantes durante os anos de expansão - muitas vezes a salários extremamente inflados - reina uma preocupação real de que as multinacionais, bancos de investimento e outros clientes tradicionais do Reino Unido simplesmente não necessitarão da mesma gama de serviços jurídicos quando a economia se recuperar. É improvável que as recentes reduções de pessoal, anunciadas pelas firmas do "magic circle" e outros advogados destacados, sejam de curto prazo. Em vez disso, elas podem representar um pensamento estratégico de longo prazo. A estratégia de "novo mundo" do Linklaters, elaborada para assegurar que a firma tenha o formato adequado de longo prazo para fazer frente às demandas mutantes do mercado, é um caso em questão. Simon Davies, sócio-diretor do Linklaters, diz: "Concluímos que levará muito tempo para o mercado se recuperar". Até agora, os sócios graduados se apressaram em enxugar as áreas mais duramente atingidas pelo aperto do crédito, como imóveis e financiamento estruturado. Eles reconhecem, porém, que os cortes pretendidos e o remanejamento de funcionários para áreas mais movimentadas só conseguirão alcançar um resultado limitado, mesmo para as firmas melhor administradas. (Tradução de Robert Bánvölgyi)

Um comentário:

Anônimo disse...

Bartleby,

Bartleby era um copista em um desses escritórios de advocacias no sec XVIIII,pouco ou nada se sabia dele.Apenas o fato de ser taciturno e calado.
Nippers era outro escrevente do escritório bem como Pão-de-mel um menito de doze anos que seu pai carroceiro tinha a ambição de ver o filho numa banca de advocacia.
Bartleeby escrevia sem parar dia e noite.E é praxe entre os escreventes sentaram-se e conferirem palavra por palavra.
- Bartleby venha conferir.Prefiro não faze-lo,respondeu.
Tudo teria passado se alguns dias depois ele ter se recusado de novo.
Fiquei intrigado aquele escrevente recebia e mantendo um ar altivo se recusava as minhas ordens.
-Que tal ir aos correios.Prefiro não fazê-lo.
Já estava com os nervos inflamados.E aquele sujeito recusava-se a colaborar.
Devo expulsa-lo mas como?Não sou tão cruel para vê-lo no abandono.
E passei a meditar.Um belo domingo resolvi ir ao escritório e o mesmo estava trancado.-Barbley!!!
E lá estava ele servindo também de dormitório,descobri que por algums pence Pão de Mel levava sua refeição basicamente de especiarias.(gengibre e nozes)
E agora como me livrar de tão indesejadavél criatura.
Eureka!! Vou me mudar de escritório o que vai obriga-lo a sair.
Estava já tranquilo quando passando pelo local ouvi barulho.
-Aquele sujeito recusa-se a sair.Subi as escads e lá estava ele agarrado ao corrimão.
-Bartleby suspirei o que está fazendo aí.
Prefiro não dizer.Mas não sou exigente.
Que tal arrajássemos um emprego em uma mercearia de ecriturário?
-Fica-se muito preso em um emprego destes;mas não sou exigente.
-E que tal um emprego de copista.
-Não prefiro não mudar.
Quando voltei encontrei uma carta dizendo que Bartleby fora para a prisão Municipal.
Fui procura-lo e lá estava ele com o olhar longinquo entre as grades.
Pobre Bartleby!!Pensei.
Não comia nem falava.Dei alguns dólares ao cozinheiro pedindo para trata~lo bem que era um bom rapaz.
Antes de continuar a narrativa é um romance psicologíco de Mellville.O fato que o jovem escrevente fora sepultado.
Bartleby fora escrevente subaltermo em Whashington na repartição de Cartas Mortas!Não soa a homens mortos?Imagine um homem cuja natureza é inclinado a um triste desamparo e se há atividade que aumente ainda sua desgraça do que o manuseio das Cartas Mortas e sua classificação antes de serem entregues as chamas?
Nota: Pequena adptação e Condensaçâo da obra os melhores contos de Hermann Melville.